Incêndio no Banhado do Prata ameaça biodiversidade local

A Brigada do Parque Nacional foi acionada e está atuando no combate às chamas.

Por Letícia Ávila - Fundação Neotrópica do Brasil
08/07/2021 · Noticias

Na noite de ontem (7), foi detectado um incêndio de grandes proporções no Banhado do Rio da Prata, em Bonito, 257 quilômetros de Campo Grande. 

O incêndio foi confirmado pela equipe da Fundação Neotrópica, organização de conservação ambiental que trabalha há 28 anos em Mato Grosso do Sul. As chamas ameaçam o Banhado do Rio da Prata, área prioritária para conservação ambiental de acordo com normativa n. 421 do IBAMA, em área vizinha ao Parque Nacional da Serra da Bodoquena. 

O superintendente executivo da FNB, Rodolfo Portela, reforça a situação de ameaça às áreas úmidas de Mato Grosso do Sul. “Os banhados são áreas prioritárias para a conservação, inclusive pela importância de sua biodiversidade e para a conservação dos recursos hídricos”.

As causas do incêndio ainda estão sendo investigadas. A Brigada do Parque Nacional foi acionada e está atuando no combate às chamas. A Fundação Neotrópica está à disposição oferecendo auxílio necessário.

Desde 2013, a Fundação Neotrópica atua na proteção do ecossistema das áreas úmidas. Rodolfo Portela explica que a mudança no Novo Código Florestal, a Lei 12.651 de 2012, que estabelece normas gerais sobre a Proteção da Vegetação Nativa, trouxe alterações também para as normativas de proteção da área. “Ele retirou a proteção das áreas úmidas, e isso trouxe uma enorme fragilidade para áreas como a do Banhado do Rio da Prata. Sem a proteção, ele passa por vários problemas de degradação, como os drenos do Rio da Prata que interferem na qualidade da área”.

“O fogo é um agente natural, porém, a ação humana catalisa este processo e aumenta também as proporções do fogo, o que torna este evento uma grande ameaça para a conservação. Isso demonstra a fragilidade de proteção dessas áreas”, explica o Superintendente da Neotrópica. 

A Fundação Neotrópica atua trazendo instrumentos para a resolução de conflitos ambientais, no auxílio de materiais e apoio para as brigadas de incêndio e o ICMBIO e também na proposição de  Unidades de Conservação (UC’s). “O objetivo é trazer um espaço de conservação maior para esses ecossistemas”, aponta Rodolfo Portela.